quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

vinte e quatro de fevereiro

Esse dia começou com uma mensagem em meu celular. Era mais de uma da madrugada e eu recebi um informativo do sertão. Isabela, o mais novo ser em minha vida havia finalmente respirado pela primeira vez. Sensação mágica essa. De mundo. De vida.
O dia continuou correndo numa velocidade um pouco menos desesperada do que de costume. No trem as pessoas andavam mais rapidamente do que meu pensamento estava acompanhando. É incrível como os olhos nunca se cruzam, como as vidas são tão distantes comparadas aos corpos forçadamente encostados uns nos outros.
Na volta para casa, enquanto minha irmã mergulhava na história das Putas Assassinas do Bolaño, eu parei para observar. As vozes eram tantas que não conseguia identificar nenhuma conversa claramente. Pessoas conversando com outras pessoas, de duas em duas, três em três, um homem careca conversando com o celular, pessoas rindo, pessoas fingindo estar dormindo, outras dormindo realmente, crianças mais cansadas que os pais, pais visivelmente mais cansados que as crianças... e a grande cobra de metal não parava, não esperava mais que o tempo programado.
Vinte e quatro de fevereiro. Aniversário de uma amiga que estava trabalhando.
Uma moça entrou, sentou em minha frente. Sua fisionomia me chamou a atenção. O celular tocou. Sua voz trêmula anunciou a morte de um parente e a longa viagem que ia fazer até Minas Gerais, provavelmente para o enterro.
Não tirei meus olhos da moça que devia estar sentindo um dos piores sentimentos. Devia estar arrependida, nostálgica... O mundo dela era muito diferente do meu, mas eu, apesar de não sentir, entendia a dor da moça desolada.
Como é que eu podia saber o que ela estava sentindo se nunca passei por isso antes?
Faço a mesma pergunta em relação a pessoa que deu a vida à pequena Isabela.
A imaginação é um bem que não pode ser negado. Feliz ou infelizmente.

Dia vinte e quatro de fevereiro de dois mil e dez.. mais uma pessoa entra no planeta terra , outra comemora os anos que já viveu aqui e outra parte para o desconhecido.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

esperança. s.f. 1.disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há-de realizar ou suceder.

2. Expectativa. 3. Coisa que se espera. 4. Confiança.

Tenho pensado coisas boas antes de dormir. Acho que meu coração voltou a abrir.
Na minha opinião o encontro de olhares é um dos momentos mais mágicos em toda a vida.
Saber que alguém se interessa, que você não está sozinho nessa, é uma coisa gostosa demais.
Muitas das vezes me sinto tão leve que quase me perco. Mas não posso.
Pq não, né?
Eu cansei de me privar das coisas. Não que eu já tenha feito isso muitas vezes.
Je suis fatiguée.

Minha mente voa.
E eu quero que ela voe cada vez mais alto.

"Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murchaFarta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva..."

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ma vie commence aujourd'hui (over and over again)

No ócio como sempre. Mas dessa vez deu vontade de dizer o que penso.
Não vai passar de fogo de palha como tudo o que faço.
Mas não custa nada tentar.
Tenho pensado o quão efêmera é a vida. Em todos os sentidos.
Viver, por traz dos meus óculos, não é nada além de tentar. E quando eu me canso de tentar simplesmente existo. Não, eu não estou triste. Nem com minhas infinitas crises.
Hoje tem sido um dia estranho, daqueles que nem com cerveja dá pra melhorar.
As pessoas ao meu redor são apenas pessoas ao meu redor, mas talvez eu só esteja com medo de que elas se tornem importantes ao ponto de me fazer desistir de algum plano que tenho para o ano que vem.
Eu quero muito falar sobre meus medos e anseios para o dia depois de formada.
Eu tenho medo. E mal posso esperar.
I feel drunk but I'm sober.
Mas daqui alguns minutos não estarei mais.
Sóbria, é claro.